Estudantes desenvolvem aplicativo de música para deficientes auditivos

Estudantes desenvolvem aplicativo de música para deficientes auditivos

Um grupo de estudantes de Engenharia da Computação da Metrocamp de Campinas (SP) desenvolveram um aplicativo que permite aos surdos e pessoas com perdas graves de audição possam sentir todos os sons musicais. O aplicativo ainda está em fase de teste, e é desenvolvido para dispositivos móveis como tablets e celulares. Cerca de 10 músicas de estilos diferentes vem instaladas na ferramenta.Raphael Silva é um dos três idealizadores e explica que o grupo quis inovar. "Como uma pessoa surda pode apreciar a música?! Não conseguimos ensinar se ela não sabe o que é. Trabalhamos para criar uma experiência para os deficientes poderem apreciar a música", afirma Silva.  A pessoa surda ou com dificuldade auditiva pode sentir a música através de uma pulseira. O acessório vibra e assim o deficiente consegue sentir o ritmo da canção. Veja no vídeo acima um exemplo com a música Asa Branca, de Luiz Gonzaga. 
Estudantes desenvolvem aplicativo para surdo em Campinas (Foto: Reprodução / EPTV)Guilherme foi o primeiro surdo a ter contato com o 
aplicativo de música (Foto: Reprodução / EPTV)
Um jovem de 25 anos foi o primeiro surdo a ter contato com o aplicativo. Há quase um ano, ele faz testes e está muito feliz. "Agora ele consegue perceber o ritmo , mais rápido, mais calmo, e em vários lugares ele percebe a música, seja cantando, seja dançando. São sentimentos de alegria e de calma", disse o intérprete dele, Eliézer Shroeder.O médico otorrinolaringologista, Arthur Castilho, explica como o aplicativo funciona para os surdos. "Existem duas maneiras do dispositivo funcionar, se o paciente for completamente surdo, a pulseira vai dar a sensação tátio, ou seja, pela vibração e pelo tato. Não é propriamente o som, são as vibrações que o tato da pessoa vai sentir", afirma Castilho. "Por outro lado se a pessoa não for completamente surda e tiver uma perda de audição moderada, a vibração gerada pela pulseira pode passar através dos ossos, que é o que chamamos de condução do som por via óssea, vai para dentro do ouvido e ela pode realmente escutar som", explica o médico. Além de sentir a música, o deficiente auditivo também pode desenvolver outros sentidos. A tela touch funciona como um piano eletrônico. Para o jovem usuário, o som da música toca direto no coração. "Ele consegue perceber um filme, um teatro, então futuramente ele conseguirá ter uma vida mais independente e se sentir incluso", afirma o intérprete. O aplicativo vai funcionar em dispositivos que tenham o sistema operacional IOS, e deve ficar disponível para baixar no final do ano. 

Fonte: Globo.com

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